Nesse fim de semana, tive algum tempo livre para colocar coisas da vida real em dia, seja leitura de revistas ou livro, seja marcar um papo com algum amigo sumido, tocar violão. Mas não fiz nada disso. Liguei o computador várias vezes e me percebi preso na internet, abrindo link após link, acessando os meus feeds RSS e perdendo muito tempo valioso.
Entretanto, por que isso acontece? O que me fez ligar o computador da primeira vez? Logo, eu percebi que queria ouvir música. Sempre faço isso: ouvir música. Tenho uma boa coleção de CDs e gosto de ter o encarte. No entanto, por praticidade e falta de espaço, tive que me livrar do som que tinha no quarto e decidi para passar todos meus CDs para o computador.
Aproveitei o embalo e me livrei da televisão - meu vício anterior. Passei a assistir a DVDs no - adivinhem - computador! O truco com amigos foi lentamente substituído por FreeCell e Copas. Esses mesmos amigos agora utilizam MSN, email e sites para se comunicar e fazer convites e planos, ao invés do antigo telefone. Começam a entender o padrão aqui? Nossos átomos foram transformados em bits.
Neil Gaiman, renomado escritor, afirmou em seu blog - olha o paradoxo - que não utiliza o computador para escrever seus livros, nem máquina de escrever! Escreve tudo à mão! O motivo para isso? O tempo que ele perdia para olhar o significado de uma palavra em algum tradutor digital logo encaminhava ele para saber mais sobre cultura grega no Wikipedia. Ou seja, a internet é puramente dispersiva.
Temos aqui, então, dois problemas. O excesso de "bitilização" de nossas vidas e a forte dispersão que a "nuvem virtual" possui. Portanto, eis o que acontece: estou lendo um livro em inglês e quero saber a tradução de uma palavra: Google. Quero ouvir notícias no rádio e o que acontece: abro o site da emissora! Estou tocando violão e quero me lembrar da letra de uma música. Resultado: site de busca, novamente.
O computador se torna o grande buraco negro de nossas vidas. E me refiro às vidas que pertencem apenas a nós mesmos e não o tempo que gastamos em nossos trabalhos para ganhar nosso dinheirinho, onde sim o computador é uma ferramenta indispensável para um bom desempenho.
Então, o que fazer? Um caminho seria voltar atrás em muitas decisões físicas tomadas: recuperar o som, a TV e utilizar as antigas mídias [pausa para pergunta filosófica: não seriam todas as mídias antigas?]. Outro caminho seria mais drástico: retirar o computador do meu ambiente! [Gasp!] Alguém consegue fazer isso hoje? Abrir mão de tudo que temos de entretenimento - música, filmes, textos e notícias - que estão convenientemente em um único lugar?
Imagino que a solução seja uma mistura desses dois caminhos: um mundo com menos bits e estabelecer critérios sobre qual tipo de informação queremos e precisamos receber. O problema do vício é que a internet se torna indispensável. E pessoas curiosas ão as mais propensas a sofrerem com isso - muitas vezes sem nem imaginar que poderia fazer outra coisa durante aquele tempo.
Minha luta está apenas começando...
Entretanto, por que isso acontece? O que me fez ligar o computador da primeira vez? Logo, eu percebi que queria ouvir música. Sempre faço isso: ouvir música. Tenho uma boa coleção de CDs e gosto de ter o encarte. No entanto, por praticidade e falta de espaço, tive que me livrar do som que tinha no quarto e decidi para passar todos meus CDs para o computador.
Aproveitei o embalo e me livrei da televisão - meu vício anterior. Passei a assistir a DVDs no - adivinhem - computador! O truco com amigos foi lentamente substituído por FreeCell e Copas. Esses mesmos amigos agora utilizam MSN, email e sites para se comunicar e fazer convites e planos, ao invés do antigo telefone. Começam a entender o padrão aqui? Nossos átomos foram transformados em bits.
Neil Gaiman, renomado escritor, afirmou em seu blog - olha o paradoxo - que não utiliza o computador para escrever seus livros, nem máquina de escrever! Escreve tudo à mão! O motivo para isso? O tempo que ele perdia para olhar o significado de uma palavra em algum tradutor digital logo encaminhava ele para saber mais sobre cultura grega no Wikipedia. Ou seja, a internet é puramente dispersiva.
Temos aqui, então, dois problemas. O excesso de "bitilização" de nossas vidas e a forte dispersão que a "nuvem virtual" possui. Portanto, eis o que acontece: estou lendo um livro em inglês e quero saber a tradução de uma palavra: Google. Quero ouvir notícias no rádio e o que acontece: abro o site da emissora! Estou tocando violão e quero me lembrar da letra de uma música. Resultado: site de busca, novamente.
O computador se torna o grande buraco negro de nossas vidas. E me refiro às vidas que pertencem apenas a nós mesmos e não o tempo que gastamos em nossos trabalhos para ganhar nosso dinheirinho, onde sim o computador é uma ferramenta indispensável para um bom desempenho.
Então, o que fazer? Um caminho seria voltar atrás em muitas decisões físicas tomadas: recuperar o som, a TV e utilizar as antigas mídias [pausa para pergunta filosófica: não seriam todas as mídias antigas?]. Outro caminho seria mais drástico: retirar o computador do meu ambiente! [Gasp!] Alguém consegue fazer isso hoje? Abrir mão de tudo que temos de entretenimento - música, filmes, textos e notícias - que estão convenientemente em um único lugar?
Imagino que a solução seja uma mistura desses dois caminhos: um mundo com menos bits e estabelecer critérios sobre qual tipo de informação queremos e precisamos receber. O problema do vício é que a internet se torna indispensável. E pessoas curiosas ão as mais propensas a sofrerem com isso - muitas vezes sem nem imaginar que poderia fazer outra coisa durante aquele tempo.
Minha luta está apenas começando...
2 comentários:
tô começando a achar que isso e impossivel, 3 minutos antes de postar esse comentario tive "problemas" aqui em casa com minha mãe ela me chamou de antisocial porque tratei mau um vizinho que vive me fazendo perguntas sobre computador, ela disse que eu vou criar raizes na copa da minha casa eu com muita raiva disse a ela que vou mesmo criar raizes é essa vão me levar pra tokio, obs: tem 4 meses que estou desempregado é passo 10 horas por dia a frente do computador
Ótimo texto. Eu estou muito viciado em jogos de computador, faz 2 anos que jogo, já gastei muito dinheiro e muito tempo jogando, e realmente tenho dificuldades para largar isso porque não jogo sózinho, tenho amigos que jogam também e como tá no texto, que os amigos tem MSN, etc. meus amigos jogam... Fiz uma pesquisa procurando um jeito de achar um meio termo para minha vida pessoal e profissional, ultimamente(2 anos) tenho dado atenção só para a pessoal
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